Aracaju
A Jovem Pan vive uma crise interna entre os jornalistas causa pelo Pânico e sua cobertura das eleições municipais de 2024. Profissionais dizem que a atração tem dado espaço para propaganda para políticos de direita pedirem voto para seus candidatos.
Apresentadores de telejornais fizeram reclamações sobre o assunto para diretores. A gota d’água aconteceu na última segunda-feira (17), quando o Pânico recebeu o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), figurinha carimbada na atração.
O pretexto para o convite de Nicolas foi o lançamento de seu livro, Criando Filhos Para o Amanhã. Mas tanto o político como Emílio Surita, apresentador do programa, deixaram claro suas preferências polícias para a Prefeitura de São Paulo.
Ao falarem do episódio entre José Luiz Datena (PSDB-SP) e Pablo Marçal (PRTB-SP), Nikolas e Emílio comentaram que era impossível votar em Guilherme Boulos (PSOL-SP) e houve pedidos de votos para “pessoas alinhadas com nosso pensamento”, disseram.
A fala pode ferir a Lei Eleitoral, que não permite propaganda política dentro de programas de entretenimento, segundo jornalistas. Além disso, a questão ainda pode interferir no processo que a Jovem Pan ainda responde pelo pleito de 2022.
Desde o ano passado, a empresa é alvo de ação civil pública do Ministério Público por incitar os ataques que aconteceram no dia 8 de janeiro, quando um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiu e depredou as sedes dos três Poderes, em Brasília.
Procurada pela coluna, a Jovem Pan disse que não infringiu a lei eleitoral e não comentou as reclamações de funcionários.
“A Jovem Pan está em consonância com a legislação eleitoral vigente e não possui nenhum processo contra o grupo. A presença de um deputado federal no Pânico para falar de seu livro, não atenta contra a Lei e nem contempla qualquer crise de conteúdo”, diz a nota.
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