A produtora cinematográfica Lionsgate e a empresa de pesquisa em inteligência artificial, Runaway, assinaram um acordo que autoriza o uso da vasta coleção de filmes e séries produzidos pela primeira para o treinamento de um novo modelo generativo.
Segundo o Walt Street Journal, o modelo irá se adaptar ao portfólio da Lionsgate, que inclui franquias de sucesso como “John Wick”, as adaptações da série literária “Jogos Vorazes” e os filmes da série “Jogos Mortais”. A ideia é que a ferramenta possa ajudar realizadores a amplificar o seu trabalho.
“Runway é uma parceira visionário e de classe mundial que nos ajudará a utilizar a inteligência artificial para desenvolver oportunidades de criação de conteúdo de ponta e eficientes em termos de capital”, disse Michael Burns, vice-presidente da Lionsgate. “Vários de nossos cineastas já estão entusiasmados com suas possíveis aplicações em seus processos de pré-produção e pós-produção. Vemos a inteligência artificial como uma ótima ferramenta para ampliar, aprimorar e complementar nossas operações atuais.”
Burns acredita que o acordo ajudará a Lionsgate a economizar “milhões e milhões de doláres”. A notícia surge após um período conturbado para a produtora, que tem sofrido com as baixas performances de seus lançamentos em bilheteria. Filmes como “O Corvo” e a adaptação da série de jogos, “Borderlands” tiveram arrecadações inferiores a de seus orçamentos, com o último representando uma perda de cerca de U$ 30 milhões.
O anúncio também acontece um dia após o governador da Califórnia, Gavin Newsom, assinar duas medidas de regulamentação do uso de IAs generativas. As medidas já haviam sido aprovadas em agosto e receberam apoio da Screen Actors Guild, de Hollywood, que no ano passado acordaram um contrato anterior que também estipula uma série de regras e restrições ao uso da tecnologia.
“Estamos garantindo que ninguém ceda seu nome, imagem e semelhança a pessoas inescrupulosas sem representação ou apoio sindical”, afirmou o governador.
Na semana anterior também foram estabelecidas novas regras para o uso de IA na produção de documentários. ” Em um mundo onde está se tornando difícil distinguir entre uma fotografia real e uma gerada, acreditamos que é absolutamente crucial entender as maneiras como a inteligência artificial generativa poderia impactar a narrativa não ficcional,” diz um comunicado da Archival Producers Alliance .
A Runaway realiza, em Nova York e Los Angeles, um festival anual de filmes feitos com IA. A produtora está envolvida em questões judiciais após um grupo de artistas alegar que o sistema de criação de imagens da empresa inflige os seus direitos autorais.