Saiba porque nem todo uso é eficiente e como obter resultados reais com o uso da proteína.
O que seria do mundo se não fossem as tendências para criar o desejo de compra, né? Na área da saúde e da beleza é exatamente assim: de repente algumas substâncias tornam-se febre e com o colágeno não foi diferente, as ofertas são inúmeras, com promessas as vezes instantâneas e a armadilha pode estar aí.
O colágeno é uma espécie de coringa da saúde, e o uso correto beneficia absolutamente tudo no corpo. Para ter uma veia boa, um estômago bom, cartilagem, junta e articulação fortalecida, cabelo saudável, unhas, entre outros é fundamental ter a proteína equilibrada. Então, esse é um cuidado que vai além de uma pele bonita. Nosso corpo é uma máquina inteligente e vai aproveitar as doses e destinar para onde mais precisa, ou seja, nem sempre o resultado vai ser visível.
Neste contexto existem profissionais que tem o dever de frear o furor e demonstrar o que é real e como é possível obter resultados satisfatórios destas ondas que vão e vem, do contrário, é só dinheiro jogado fora. A médica dermatologista Paula Sian, conta que em seus atendimentos está acostumada a lidar com pacientes que, por conta própria, arriscam o uso dos produtos do momento. “Tem muita gente que chega no consultório falando que viu no TikTok, no Instagram, na influencer, testou e não funcionou. Aí eu começo a ensinar o básico, por exemplo, tratamentos de beleza, em sua maioria apresentam resultados com constância, disciplina, etc. Não dá para se comparar com o outro, apenas com versões de nós mesmos para saber o que é bom ou não ou o que está surtindo resultado”, explica.
Geralmente os estudos para um produto entrar no mercado ou uma substância ser aprovada e demonstrar eficiência leva tempo e muita pesquisa. No caso do colágeno, as pesquisas que existem são feitas até dois anos, comparando pessoas que fizeram uso e outras que não tomaram e o que foi observado é que só a partir dos seis meses é possível detectar alterações na qualidade e quantidade de colágeno na pele. “ Esses estudos, em sua maioria, são feitos com biópsia antes e depois do uso, analisados em laboratório, microscopicamente com intervalos que vão de seis meses, até dois anos. Ou seja, não dá para querer resultados imediatos nestes casos, é aí que a maioria se frustra” – alerta a médica.
Existem mais de 28 tipos da proteína, mas os mais conhecidos e importantes são o Tipo I, que compõe a pele, ossos e tendões; o Tipo II, que é a base das cartilagens e articulações; e o Tipo III, que se encontra nos vasos sanguíneos, útero e intestinos. Outros tipos, como o IV, também existem, mas são menos comuns em suplementação. O colágeno é uma proteína muito grande, que se não for absorvida de forma correta pelo organismo, vai ser eliminada nas fezes e não vai surtir efeito.
No entanto a médica explica que o tipo do colágeno (tipo I ou II) não importa, uma vez que o que é absorvido é a pequena fração (peptídeo). O corpo vai pegar esses tijolinhos e construir a parede dele. Ou seja, se for tipo I para as juntas ou tipo II em quase todo o corpo.
O mais comercializado é o hidrolisado e o segredo está na medida dele. O ideal é tomar um colágeno que esteja especificado o tamanho, descrito como peptídeos que é a menor fração. Essa forma é melhor absorvida pelo intestino. Quando cai na corrente sanguínea o corpo vai pegar a quantidade necessária e começar a construir uma rede da substância, que é fortalecida aos poucos.
De acordo com a médica, o ideal é tomar em jejum e não associado a alguma refeição, para que o organismo absorva toda a proteína, pois quando está associado a uma refeição, o corpo tende a absorver um pouco de tudo ou o que está em maior quantidade. “Para potencializar e utilizar qualquer substância de forma correta é preciso saber quando e como ingerir, o segredo está aí” – afirma Paula.
No país, os mais eficientes são em pó e podem ser diluídos em água ou suco, já em outros países existem fórmulas bem eficientes em cápsulas. O importante é saber que resultados são construídos aos poucos, com constância e, principalmente, inteligência. “Conhecer o corpo, ter acompanhamento médico e saber fazer uso é fundamental para atingir resultados “ finaliza a dermatologista.