Kauan Vieira diz que não tem acesso às conversas sobre a herança do sambista e pede transparência no processo
Quase um mês após a morte de Arlindo Cruz, uma disputa silenciosa em torno da herança do sambista dá sinais de acontecer. Em entrevista ao Domingo Espetacular, Kauan Felipe Vieira, filho do cantor, revelou estar sendo deixado de fora das conversas sobre a partilha dos bens, estimados em R$ 30 milhões.
Durante a entrevista, Kauan relembrou como ocorreu o reconhecimento da paternidade. “Por volta de 2001 minha mãe entrou com processo de alimentos para fazer reconhecimento de paternidade, teve o teste de DNA, que é a primeira memória que eu tenho. Eu tinha por volta dos 14 anos”, contou.
O herdeiro afirmou que nunca teve acesso às informações financeiras do pai e agora cobra mais transparência. “A gente está esperando prestação de contas. Nunca tive acesso a nada. Nenhuma informação”, desabafou.
Segundo o programa, além do patrimônio em dinheiro, Arlindo deixou mais de 800 composições, capazes de gerar lucros milionários por muitos anos. Desde 2017, após o AVC que deixou o sambista debilitado, a administração de seus bens estava sob responsabilidade de Babi Cruz, sua esposa, que detinha procuração para gerir as contas e custear os tratamentos médicos. Contudo, advogados lembram que a validade desse documento acabou com a morte do artista. “Tudo que ela fizer e receber em termos de receita desse acervo do Arlindo, ele necessariamente tem que ser depositado em juízo”, explicou a especialista Letícia Peres.
Kauan disse que soube da partilha pela mídia e que tem tentado se aproximar para entender a situação. “Em questão do legado do meu pai, eu procurei me inteirar mais, pedi para entrar no processo para saber como que era a situação, o que estava acontecendo. Não dá para saber tudo pela internet e eu não tenho uma proximidade tão grande a ponto deles falarem abertamente para mim”, declarou.
O advogado do herdeiro, Wellington Alexandrino, reforçou que o filho do cantor está aberto ao diálogo. “A verdade é uma só, o Kauan tem sido paciente, tem sido colaborativo, mas a gente não tem percebido isso da parte contrária. Esse vai ser sempre o ponto aqui. O Kauan está aberto a diálogo”, afirmou.