Estilista italiano construiu um império de luxo e inovação, deixando legado histórico
Giorgio Armani, morreu nesta quinta-feira (4) em Milão aos 91 anos, transformou sua paixão pela moda em um império mundialmente reconhecido. Inicialmente, Armani estudou Medicina na Universidade de Milão, mas abandonou o curso após três anos. Durante o serviço militar no Hospital Militar de Verona, começou a despertar para o universo da moda, observando uniformes e desfiles que acenderam sua criatividade.
De volta a Milão em 1957, Armani trabalhou como vitrinista na La Rinascente e depois foi contratado por Nino Cerruti para criar moda masculina. Sua visão inovadora levou-o, em 1975, a fundar com o amigo Sergio Galeotti a Giorgio Armani S.p.A., e já no ano seguinte apresentou coleções masculina e feminina que conquistaram a crítica e o público internacional.
O império Armani cresceu muito além da alta-costura, com linhas como Armani Privé, Emporio Armani, Armani Exchange e Armani Junior. A marca também expandiu-se para hotelaria, gastronomia, design de interiores e até doçaria, com projetos que incluem Armani Hotels, Armani Ristorante, Armani Casa e Armani Dolci. Em 2018, o grupo estava avaliado em mais de 5,9 bilhões de euros, sendo a marca Giorgio Armani responsável por quase metade desse valor. Desde a morte de Galeotti, em 1985, Armani manteve-se como único acionista e força criativa, preservando a independência financeira da empresa.
Conhecido como “Re Giorgio”, o estilista revolucionou a moda com alfaiataria desconstruída, sóbria e intemporal, vestindo estrelas de Hollywood e líderes mundiais. Ele também foi pioneiro ao realizar o primeiro desfile à porta fechada durante a pandemia de COVID-19. Para Armani, o segredo do sucesso estava nos detalhes: “para criarmos algo de excepcional, o foco tem de estar nos pequenos detalhes”, dizia.